Fernando Pessoa
13. Angústia
![]() |
anterior
seguinte
|
«Regressei à noite antiga e calma como a paisagem ao morrer do dia.»
|
ABDICAÇÃO
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
Que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei;
E meu ceptro e coroa, — eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços.
Minha cota de malha, tão inútil
Minhas esporas, de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995).
- 215.1ª publ. in Ressurreição , nº 9. Lisboa: Fev. 1920.


![Mily Possoz. Gravura em madeira. in Athena nº3, 1924
[ilustração: Mily Possoz. Gravura em madeira. in Athena nº3, 1924
]](/media/labirinto/passos-imagens-mini/223.png)

Alberto Caeiro: Infelicidade
![[Fundação Calouste Gulbenkian]](http://s.multipessoa.net/images/fcg-logo-mini.png?1308865482)
![[CCDR-LVT]](http://s.multipessoa.net/images/ccdrlvt-logo-mini.png?1308865482)
![[PORLVT]](http://s.multipessoa.net/images/porlvt-logo-mini.png?1308865482)
![[FEDER]](http://s.multipessoa.net/images/feder-logo-mini.png?1308865482)
![[DGLB]](http://s.multipessoa.net/images/dglb-logo-mini.png?1308865482)
![[Ministério da Cultura]](http://s.multipessoa.net/images/mc-logo-mini.png?1308865482)
![[Fundação Luso-Brasileira]](http://s.multipessoa.net/images/flb-logo-mini.png?1308865482)
![[Assírio e Alvim]](http://s.multipessoa.net/images/assirio-logo-mini.png?1308865482)
![[Instituto de Estudos sobre o Modernismo]](http://s.multipessoa.net/images/iemo.jpg?1308865482)
![[Obra Aberta]](http://s.multipessoa.net/images/oa-logo-mini.png?1308865482)
![[Arte Numérica]](http://s.multipessoa.net/images/an-logo-mini.png?1308865482)
![[Intraneia]](http://s.multipessoa.net/images/intraneia-logo-mini.png?1308865482)