Fausto
17. Violência
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«Símbolo de como ao lado da intranquilidade a pacatez vive.»
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(Uma cena em que mulheres, homens, todos correndo dão ideia — não dos horrores que se estão cometendo, mas de que se estão cometendo horrores de que não pode haver ideia. Finalmente uma cena em que à luz de um grande prédio em chamas se vêem entrar, da direita para a esquerda, outros soldados avançando; a luz reflecte-se nas suas lanças e couraças. O prédio desaba com grande ruído. A chama vai morrendo e no anormal crepúsculo nocturno sente-se o passo rápido e múltiplo do vasto regimento que se dirige ao encontro dos revoltados. Aqui talvez fujam e entre Fausto... Depois vão para a esquerda para qual lado irão então os outros soldados.)
(Depois: Cena (de [..] ) dos dois)
— Que será o clarão e aquele ruído?
Gritos?
(Pouco a pouco vão deixando de falar nisso (símbolo de como ao lado da intranquilidade, a pacatez vive)
Fausto - Tragédia Subjectiva. Fernando Pessoa. (Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio de Eduardo Lourenço.) Lisboa: Presença, 1988.
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