Poética
12. Poemas eróticos
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«Epitalamium representa o conceito romano do mundo sexual. É brutal, animalesco. Neste poema não há nenhuma metafísica.»
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Os cinco poemas que formam este volume, muito embora cada um deles seja independente face aos restantes considerados individualmente e no seu conjunto, são ligados, contudo, pela circunstância de serem ou de representarem estádios da psicologia histórica. Expressam cinco conceitos do mundo, considerados através da emoção sexual, e são portanto «weltanschauugen» no respeitante ao instintivo.
O primeiro poema, Antinous, representa o conceito grego do mundo sexual. Como todos os conceitos primitivos, é substancialmente perverso; como todos os conceitos inocentes, a emoção manifestada é propositadamente não-primitiva; a fim de permitir que surja como conceito inocente, desenvolve-se o conceito até se tornar uma metafísica, mas, como se trata de inocência, a metafísica acrescenta-se a, sem se inserir dentro da substância do tema principal.
O segundo poema, Epithalamium, representa o conceito romano do mundo sexual. É brutal, como todas as emoções coloniais, animalesco, como todas as coisas naturais, quando são secundárias, como eram para homens tais como os romanos, que eram animais a dirigirem um estado. Neste poema não há nenhuma metafísica. Neste poema não poderia haver perversidade. O cenário, como no poema Antinous, não se relaciona com o tema. Um vulgar casamento cristão fornece o cenário; contra este pouco imaginativo cenário negro faz-se destacar o instinto romano como um monstro nu nascido do mundo.
O terceiro poema, Oração ao Corpo de uma Mulher, representa o conceito cristão do mundo sexual. Não tem nada a ver com o conceito cristão do mundo em si, pois, na verdade, o cristão normal não tem nada a ver com ele. A confusão do sensual e do espiritual, que os místicos cristãos aplicam aos santos do sexo oposto, (…)
Pessoa por Conhecer - Textos para um Novo Mapa. Teresa Rita Lopes. Lisboa: Estampa, 1990.
- 38.


![Jorge Martins. «Daisy» [1]. 1986.
[ilustração: Jorge Martins. «Daisy» [1]. 1986.
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Obra Pública: Poemas ingleses
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