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Ocultismo

3. Fausto

Fausto encena a tragédia do conhecimento inacessível.
[ilustração: Fausto. Gravura em cobre de A. Matham, 1642.
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«Tudo que vemos é outra cousa.»
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Ah, tudo é símbolo e analogia!

O vento que passa, a noite que esfria

São outra cousa que a noite e o vento —

Sombras de vida e de pensamento.

Tudo que vemos é outra cousa.

A maré vasta, a maré ansiosa,

É o eco de outra maré que está

Onde é real o mundo que há.

Tudo que temos é esquecimento.

A noite fria, o passar do vento

São sombras de mãos cujos gestos são

A ilusão mãe desta ilusão.

9-11-1932

“Primeiro Fausto” in Poemas Dramáticos . Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de Eduardo Freitas da Costa.) Lisboa: Ática, 1952 (imp.1966).

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