Filosofia
11. Sensação
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«Porém não sabemos quantos são os sentidos.»
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1. Todo o conhecimento vem dos ou pelos sentidos; porém não sabemos quantos são os sentidos (quantos sentidos há). Sentidos chamamos nós àqueles dispositivos da mente pelos quais toma conhecimento (recebe uma impressão de que qualquer coisa existe, e de que essa coisa apresenta determinado aspecto).
2. A razão, ou intelecto, nem percebe, nem cria; tão somente compara, e, por comparação, rectifica e elabora, os dados que os sentidos ministram. A razão, é, portanto, incompetente para determinar uma verdade, por isso que não pode determinar um facto, mas só compará-lo com outros.
3. Os dados de um sentido não podem ser ministrados a quem não possua esse sentido senão por analogia de dados. A essa exposição analógica chama-se um símbolo; e quando o símbolo é de sentido tido por superior para outro tido por inferior, chama-se revelação.
O facto de haver um problema não envolve que haja uma solução para ele. O facto de haver um mal não quer dizer que ele possa desaparecer. Não há solução satisfatória para nenhum problema social.
Textos Filosóficos . Vol. II. Fernando Pessoa. (Estabelecidos e prefaciados por António de Pina Coelho.) Lisboa: Ática, 1968.
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