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Obra Pública

18. Mar português

Publica o conjunto de poemas «Mar português» que viriam a integrar, em 1934, a «Mensagem».
[ilustração: Almada Negreiros (1893-1970). «O Infante» (Ilustração para Mensagem). 1934.
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«Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.»
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        I

        O INFANTE

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.

Deus quis que a terra fosse toda uma,

Que o mar unisse, já não separasse.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.

E a orla branca foi de ilha em continente,

Clareou, correndo, até ao fim do mundo,

E viu-se a terra inteira, de repente,

Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.

Do mar e nós em ti nos deu sinal.

Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.

Senhor, falta cumprir-se Portugal!

s.d.

Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972).

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