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Álvaro de Campos

30. O Marinheiro

Campos, sempre polémico, critica o teatro estático de Pessoa.
[ilustração: Mário Eloy (1900-1951). A leitura das cartas. 1930-35. Col. FCG, Lisboa.
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«Depois de doze minutos do seu drama, em que os mais ágeis e astutos se sentem com sono e brutos...»

A FERNANDO PESSOA

                Depois de ler o seu drama estático «O Marinheiro» em «Orpheu I»

Depois de doze minutos

Do seu drama O Marinheiro,

Em que os mais ágeis e astutos

Se sentem com sono e brutos,

E de sentido nem cheiro,

Diz uma das veladoras

Com langorosa magia:

                De eterno e belo há apenas o sono.

                Porque estamos nós falando ainda?

Ora isso mesmo é que eu ia

Perguntar a essas senhoras...

1915

Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

 - 215.

1ª publ. in Solução Editora, nº4. Lisboa: 1929.